Ainda nada está decidido, mas o que o Portimonense desperdiçou hoje pode bem ser irreversível.
Os algarvios tiveram tudo na mão: uma chance de ouro, diga-se, para saírem da zona de play-off de despromoção.
Com a derrota do Estrela do Amadora em Vizela e num jogo em que dominaram, os algarvios deixaram fugir a hipótese de irem para a última jornada à frente do Estrela.
O empate, alcançado nos últimos minutos, acabou por ser um mal menor para a equipa de Paulo Sérgio que jogará uma autêntica final, na última jornada, frente ao "vizinho" Farense.
Os algarvios até entraram bem na partida. Com três alterações em relação à derrota em Alvalade (3-0), Paulo Sérgio apenas fez mudanças na defesa: saíram Alemão, Seck e Formiga para entradas de Relvas, Guga e Gonçalo Costa.
A urgência de ganhar notou-se desde cedo nos algarvios.
Nos primeiros 15 minutos, o Portimonense teve mais bola, foi uma equipa pressionante e teve uma boa chance aos 13, num cruzamento de Gonçalo Costa que Luan não conseguiu concluir.
Não é que os algarvios tenham sido, ao longo da época, uma equipa sempre bem oleada, mas também não há dúvidas de que, aqui e ali, se podem queixar da falta de uma pontinha de sorte.
Foi assim nos últimos jogos em casa frente a Moreirense e Casa Pia; foi assim também hoje.
Na primeira aproximação com perigo à baliza adversária, o Rio Ave chegou logo ao golo – num lance em que a defesa do Portimonense voltou a falhar.
Costinha apareceu solto na área, cabeceou para Amine que, sem oposição, só teve de fuzilar a baliza de Nakamura. O lance ainda foi invalidado num primeiro momento, mas o VAR alertou João Pinheiro: o golo era limpo.
Estavam jogados 23 minutos e esse Portimonense destemido, que tinha começado o jogo em cima do adversário, nunca mais apareceu durante o primeiro tempo.
E entretanto, de Vizela, até vinham boas notícias: o Estrela da Amadora ia perdendo…
Tal como no primeiro tempo, o Portimonense voltou a entrar melhor – e, desta vez, nunca perdeu o ascendente.
A segunda parte foi mesmo de massacre dos algarvios que, apesar do grande domínio, pecaram sempre na definição no último terço.
Os nervos estavam à flor da pele: o Portimonense sabia que precisava de marcar e consegui-o ao minuto 63 por Carlinhos que se antecipou a Jhonatan e cabeceou para o fundo das redes.
A partir daí, a pressão intensificou-se ainda mais: os algarvios acercaram-se da área adversária, mas o futebol tem destas coisas.
Após um livre batido por Hélder Sá, Pantalon surgiu no segundo poste a desviar de cabeça para o fundo das redes (84m).
Foi um balde de água gelada, numa tarde de muito calor em Portimão.
A equipa de Paulo Sérgio ainda conseguiu o empate no último suspiro, com um golo de Hélio Varela que não minimiza, ainda assim, o desperdício.
Prova disso é que no final, o desalento tomou conta de todos: jogadores, o treinador Paulo Sérgio e adeptos.